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Penso que hoje estamos pagando um preço elevado devido a decisões precipitadas cometidas no passado. Confesso que nunca vi com bons olhos a adopção do sistema de passagem automática pelo Ministério da Educação. A razão da minha objecção é clara - este modelo a prior permite que os alunos transitem de uma classe para outra sem domínios das matérias leccionadas pelos professores. Durante algum tempo, o programa curricular do ensino primário incutiu subliminarmente na mente dos alunos a ideia de que estes podiam transitar de uma classe para outra sem quem envidassem grande esforço, e assim sucedeu por um determinado período. Talvez estivéssemos preocupados com cifras, pretendíamos ter um elevado número de graduados para responder, quiçá, aos Objectivos do Desenvolvimento do Milénio.
Mas, atribuir a culpa ao modelo de passagem semi-automática seria uma grande injustiça da minha parte. Pois, há quem concordou que o país adoptasse este sistema. Julgo que os anteriores dirigentes que passaram pelo sector da educação não tiveram a coragem suficiente de dizer – “não” a este modelo. Não se mostraram abertos e compreensíveis para perceberem que a médio e longo prazos colheríamos maus resultados.
A implementação do sistema de passagem semi-automática nunca foi encarada de forma passiva. Houve sempre questionamentos sobre a sua eficácia e eficiência, criticas, sugestões e advertências feitas pela sociedade civil a fim de que este modelo não pudesse ser executado. De forma particular, as criticas e indagações ganharam eco por parte dos encarregados de educação que, preocupados com a educação dos seus educandos, mostraram-se receosos quanto ao modelo.
Não obstante esta onde de cepticismo, foi permitido que os educandos transitassem de uma classe para outra sem domínio da leitura, escrita, sem saber contar e realizar as mais básicas operações matemáticas. Lembremo-nos que os alunos ontem abrangidos pelo modelo de passagem semi-automática são os mesmos que actualmente frequentam a 10ª e 12ª classes e, quando submetidos aos exames finais, foram em grande número reprovados.
É fácil atribuir a culpa aos alunos alegadamente porque eles não se têm dedicado aos estudos, sim concordo que presentemente os nossos educandos muito pouco se têm esforçado; mas por vezes nos esquecemos de olhar para o passado e analisar e o que terá falhado no nosso sistema da educação. Não é a primeira vez que os alunos são submetidos aos exames no país, isso vem acontecendo há muito tempo. Por que, hoje, todavia, registamos o recorde de 75 por cento de alunos reprovados no ensino secundário-geral?
Será que os alunos de ontem são mais inteligentes e empenhados que os de hoje? Não, o que sucede é que os alunos de ontem estavam inseridos num sistema de ensino sério e desafiador, no qual desde muito cedo faziam ditados, elaboravam redacções, aprendiam a tabuada, entre outras actividades que faziam com que eles desenvolvem-se intelectualmente. Aqui, só transitava aquele que estivesse preparado, quem apresentasse dificuldades era dado a oportunidade de repetir a classe no ano seguinte.
Foi neste sistema de ensino que eu e alguns jovens contemporâneos aprendemos a tabuada, a escrever, a ler, a contar histórias, etc. Hoje, certas reformas feitas no sector da educação não produzem feitos nenhum porque não têm como foco levar o aluno a desenvolver intelectualmente, mas sim estas têm como objectivo facilitar a transição dos alunos de um nível para o outro.
A preocupação do sector da educação não pode ser, por exemplo, de realizar reformas que preconizem abolição de exames nesta ou naquela classe, deixar que o professor goze da autonomia de decidir que aluno deve ou não transitar, mas sim de criar formas criativas de levar a que o educando aprenda a escrever, a ler, a dominar a tabuada e ganhe gosto sobretudo pelos estudos. Se assim procedermos, poderemos evitar os altos níveis de reprovação como os que se registaram no presente ano lectivo.
Não obstante esta onde de cepticismo, foi permitido que os educandos transitassem de uma classe para outra sem domínio da leitura, escrita, sem saber contar e realizar as mais básicas operações matemáticas. Lembremo-nos que os alunos ontem abrangidos pelo modelo de passagem semi-automática são os mesmos que actualmente frequentam a 10ª e 12ª classes e, quando submetidos aos exames finais, foram em grande número reprovados.
É fácil atribuir a culpa aos alunos alegadamente porque eles não se têm dedicado aos estudos, sim concordo que presentemente os nossos educandos muito pouco se têm esforçado; mas por vezes nos esquecemos de olhar para o passado e analisar e o que terá falhado no nosso sistema da educação. Não é a primeira vez que os alunos são submetidos aos exames no país, isso vem acontecendo há muito tempo. Por que, hoje, todavia, registamos o recorde de 75 por cento de alunos reprovados no ensino secundário-geral?
Será que os alunos de ontem são mais inteligentes e empenhados que os de hoje? Não, o que sucede é que os alunos de ontem estavam inseridos num sistema de ensino sério e desafiador, no qual desde muito cedo faziam ditados, elaboravam redacções, aprendiam a tabuada, entre outras actividades que faziam com que eles desenvolvem-se intelectualmente. Aqui, só transitava aquele que estivesse preparado, quem apresentasse dificuldades era dado a oportunidade de repetir a classe no ano seguinte.
Foi neste sistema de ensino que eu e alguns jovens contemporâneos aprendemos a tabuada, a escrever, a ler, a contar histórias, etc. Hoje, certas reformas feitas no sector da educação não produzem feitos nenhum porque não têm como foco levar o aluno a desenvolver intelectualmente, mas sim estas têm como objectivo facilitar a transição dos alunos de um nível para o outro.
A preocupação do sector da educação não pode ser, por exemplo, de realizar reformas que preconizem abolição de exames nesta ou naquela classe, deixar que o professor goze da autonomia de decidir que aluno deve ou não transitar, mas sim de criar formas criativas de levar a que o educando aprenda a escrever, a ler, a dominar a tabuada e ganhe gosto sobretudo pelos estudos. Se assim procedermos, poderemos evitar os altos níveis de reprovação como os que se registaram no presente ano lectivo.
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